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Guilherme Ribeiro, regente da Orquestra Anelo, passará quatro meses nos Estados Unidos

Regente da Orquestra Anelo, grupo instrumental do Instituto Anelo, Guilherme Ribeiro vai passar uma temporada nos Estados Unidos como professor convidado na Jacobs School of Music da Universidade de Indiana, na cidade de Bloomington, estado de Indiana. Ele viaja neste dia 9 de Janeiro e retorna ao Brasil em 5 de Maio. Durante sua ausência, a Orquestra Anelo será dirigida pelo coordenador musical e pedagógico do Instituto Anelo, Vinicius Corilow.

Guilherme conta que foi selecionado para a vaga a partir de um edital. “É uma bolsa oferecida pela Fullbright, uma instituição americana que concede bolsas para doutorado, para mestrado, para pesquisa em geral. Eles têm esse programa junto às universidades, que é o que eles chamam de ‘chair’, uma cátedra, ou seja, uma posição na universidade, temporária, para um professor convidado”, explica.

A Jacobs School of Music possui um departamento de música latina, e todos os anos, por meio da Fullbright, a universidade oferece uma bolsa para um professor latino-americano trabalhar lá durante um semestre. “Eu tive que me submeter ao processo de inscrição, enviar documentos, portfólio, discos, enfim, e fui aprovado. É um programa aberto, e qualquer músico, qualquer artista, com esse perfil de professor, pode participar.”

Guilherme conta que suas atividades lá começam no dia 13 de Janeiro e que fica nos Estados Unidos até o final de Abril. “Na primeira semana de Maio já estou de volta com todas as minhas atividades, dando aulas nas escolas, na Emesp principalmente, e na Orquestra Anelo. O semestre lá é diferente. Começa em Janeiro e vai até Maio. Em Maio tem as provas e exames finais, mas eu não preciso ficar lá”, explica.

Entre as atividades que desenvolverá na universidade, está a preparação de ao menos três workshops voltados para a música brasileira. Serão workshops sobre aspectos da música brasileira ou um pouco mais temáticos, sobre samba-jazz e ritmos do Nordeste. “Em um deles também vou falar sobre o meu processo de composição e as técnicas que utilizo para fazer as minhas músicas.”

Ele também terá a oportunidade de trabalhar com uma das big bands da escola e ainda dirigirá uma ou duas turmas de alunos de graduação, com as quais vai desenvolver um repertório. “Vou levar desde músicas minhas até músicas mais tradicionais do repertório brasileiro”, conta Guilherme, que completa: “Também vou levar repertório com o qual já lido nas escolas aqui, coisas que eu sei que funcionam bem, sobretudo para alunos não brasileiros”.

Guilherme conta que terá livre circulação no curso, então, parte desse período nos Estados Unidos será utilizado para estudar. “Eu vou me ausentar, sair um pouco da minha realidade de professor de música de São Paulo com o intuito também de estudar. Essas atribuições todas que eu tenho vão ocupar uma parte pequena da semana. O restante do tempo, posso assistir às aulas que quiser. Pretendo estudar bastante acordeon, piano, voltar com novos arranjos e com novas composições”.

EXPECTATIVAS

Diante desse cenário, as expectativas com a viagem são bastante positivas. “A primeira, como já disse, é em relação ao estudo. Aqui no Brasil, como estou muito envolvido com diferentes instituições como a Emesp, a Faculdade Souza Lima e o próprio Anelo, mais as atividades de gravações e de apresentações, em muitos momentos não consigo ter uma regularidade de estudos, e isso é algo que estou esperando bastante”, diz.

Outro aspecto diz respeito a morar fora do país. “Apesar de ter viajado muito ao longo de quase 15 anos – viajo pelo menos duas vezes por ano profissionalmente – eu nunca fiquei mais do que 20, 30 dias fora, eu nunca vivi fora do país, então isso é uma experiência nova pra mim”, afirma.

“Por último, a experiência de trabalhar em outro ambiente, numa universidade americana. Estou muito curioso para conhecer a estrutura que eles oferecem, como é a didática, como é a pedagogia. Apesar de conhecer sobre o estudo do jazz através dos livros, da literatura, nada como experimentar in loco.”

CARREIRA

Pianista, acordeonista, tecladista, compositor e arranjador, Guilherme Ribeiro é natural de Santos (SP), mestre em Performance Musical pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e bacharel em Música Popular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Atuou ao lado de Paulo Moura, Raul de Souza, Maurício Einhorn, Gabriel Grossi, Jamil Maluf/OER, Isaac Karabtchevsky (Osesp), Fabiana Cozza, Dominguinhos, João Donato, Mariana Aydar, Céu, Luiz Tatit, O Teatro Mágico, Zizi Possi e Virgínia Rosa, entre outros.

Tocou em festivais internacionais como Montreal Jazz Festival no Canadá, NorthSea Jazz Festival na Holanda, JVC Jazz Festival na França, Sfinks na Bélgica, Coachella nos Estados Unidos, Standard Bank Youth Jazz Festival Makhanda e South Africa Association for Jazz Education na África do Sul.

Possui sete discos de carreira: Calmaria (2010), Que se Deseja Rever (2012), A Deep Surface (2013, lançado na Europa), Tempo (2015), Facing South (2019, lançado na África do Sul) e NUUU! (2019, com trio Marés, lançado na Europa).

Na área da educação musical leciona piano, acordeon, contraponto e prática de bandas junto à Faculdade Souza Lima e à EMESP Tom Jobim, em São Paulo. Desde 2012 trabalha como professor convidado no Arcevia Jazz Feast na Itália. Em 2018 passou a dirigir a Orquestra Anelo, grupo instrumental do Instituto Anelo, associação sem fins lucrativos que oferece aulas gratuitas de música na cidade de Campinas (SP), atuando como regente e arranjador.

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